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27 de novembro de 2017

Theatro Municipal de São Paulo estreia a ópera A Flauta Mágica em dezembro

Com direção musical e regência de Roberto Minczuk, o espetáculo tem concepção e direção cênica de André Heller-Lopes; As récitas acontecem nos dias 15, 16, 17, 19, 20 e 21.

O Theatro Municipal de São Paulo apresenta, em dezembro, uma das mais célebres óperas de todo repertório lírico A Flauta Mágica (Die Zauberflöte), de Wolfgang Amadeus Mozart. As récitas acontecem nos dias 15, 16, 19, 20 e 21, às 20h, e no dia 17 às 17h. Os ingressos variam de R$ 50 a R$ 120 na bilheteria ou pelo site eventim.com.br.

A produção tem concepção e direção cênica de André Heller-Lopes, atual diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. À frente da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo estará o maestro Roberto Minczuk que também assume a direção musical. O Coro Lírico Municipal de São Paulo está sendo preparado pelo regente titular Mario Zaccaro. A cenografia é do premiado cenógrafo paulista Renato Theobaldo, os figurinos serão assinados pela figurinista e diretora de arte argentina Sofia Di Nunzio, muito elogiada pelo seu trabalho em teatros como o Municipal de Santiago (Chile) e o Teatro Colón em Buenos Aires (Argentina). A iluminação será assinada por Aline Santini e o Visagismo fica a cargo de Anderson Bueno.

O elenco reúne excelentes cantores brasileiros com destacada carreira no exterior, dentre eles, o soprano Gabriella Pace, o tenor Luciano Botelho, o barítono Michel de Souza e o baixo Savio Sperandio.

A ópera

Ópera em dois atos com libreto em alemão de Emanuel Schikaneder, A Flauta Mágica estreou no dia 30 de setembro de 1791, no Theater auf der Wieden, em Viena, apenas dois meses antes da morte do Mozart.

Na trama, uma alusão à luta do bem contra o mal num contexto repleto de magia, destacam-se os personagens Tamino (príncipe), seu amigo Papageno (caçador de pássaros), Pamina (princesa) e sua mãe A Rainha da Noite, além das forças lideradas por Sarastro e seu Templo do Sol. Pamina, filha da Rainha da Noite, é sequestrada e levada ao palácio do Sarastro, onde fica sob os cuidados do escravo Monostatos. Na história, após ouvir os apelos da Rainha da Noite, Tamino e Papageno saem numa expedição de resgate.

 Direção cênica

Dono de uma trajetória impar no Brasil e com espetáculos encenados com sucesso em Lisboa, Salzburgo, Londres, Buenos Aires, Montevidéu ou Kuala Lumpur (Malásia), André Heller-Lopes consolidou sua carreira no Theatro Municipal de São Paulo, em premiados espetáculos como Andrea ChenierAriadne em NaxosA Filha do RegimentoÇa Ira ou especialmente as aclamadas óperas A Valquíria e O Crepúsculo dos Deuses. Com um amplo repertório, dirigiu outras obras do Mozart, como IdomeneoAs Bodas de FígaroDon Giovanni, porém esta é a primeira vez que aceita dirigir A Flauta Mágica. “Eu e Minczuk fizemos juntos uma ópera, por coincidência uma fantasia baseada justamente nos dias finais da vida de Mozart, e sua suposta rivalidade com Salieri. Era, portanto, a parceria ideal para entrar pela primeira vez no universo da Flauta”, explica.

A montagem mescla o clássico com o contemporâneo. “Uma Flauta que não fosse apenas uma alegoria da luta do bem e do mal. Ao mesmo tempo que não fosse excessivamente intelectual nem fugisse ao meu gosto pelo clássico com um twist”.

Ainda de acordo com André Heller, a produção terá um olhar do século 21. “Onde discuto quem é verdadeiramente bem e mal, e quais os limites entre fantasia e realidade. Além disso, coloco em questão um pouco os códigos de gênero e uma certa misoginia presentes na obra”, revela.

O Sarastro será o personagem associado à fantasia barroca e a Rainha da Noite mais próxima da realidade. “Ela é uma mulher que teve sua filha raptada. Se fosse você, o que faria?”, questiona. Na ópera, Sarastro é tradicionalmente identificado com a sabedoria. “Mas esse mundo perfeito dele – iluminista –  pode ser que não corresponda à realidade. E há a questão dos discursos machistas implícitos em sua fala e de seus seguidores”.

No papel de Tamino, se revezam os tenores Luciano Botelho e Giovanni Tristacci. Como Pamina, a soprano Gabriella Pace; A Rainha da Noite será interpretada pelas sopranos Oriana Favaro e Laryssa Alvarazzi; o baixo Savio Sperandio estará no papel de Sarastro; o barítono Michel de Souza como Papageno e o tenor Geilson Santos será Monostatos. Uma participação especial é a mezzo-soprano Luisa Francesconi como Papagena.

Cenografia

A cenografia assinada pelo paulista Renato Theobaldo se centra na ilusão barroca versus realidade dos bastidores de um teatro. De acordo com Theobaldo, o núcleo da Rainha da Noite é inspirado num teatro.”O público terá a sensação de bastidores, com luzes vazando por meio das estruturas para dar o aspecto do real. Já o universo do Sarastro é o desejo do homem racional, da boa aparência. Mas isso é grande retórica que não corresponde à realidade. São cenário planos em que os espectadores vão olhar e entender que se trata de uma representação”, explica.

Figurino

Os figurinos desenhados pela figurinista e diretora de arte argentina Sofia Di Nunzio também mostram dois mundos: O da Rainha da Noite, uma realidade imperfeita, e o Sarastro, localizado no barroco, idealista. “Um é atual e cheio de nuances. O outro é antigo, perfeito, impecável, simétrico e sem costura. As paletas de cores são opostas: o azul e o preto da noite contrastam com o dourado do sol e o barroco”, explica.

Theatro Municipal de São Paulo

Ópera A Flauta Mágica

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Coro Lírico Municipal de São Paulo

Roberto Minczuk, regência

André Heller-Lopes, concepção e direção cênica

Aline Santini, desenho de luz

Maestro do Coro
Mario Zaccaro

Figurinos
Sofia Di Nunzio

Visagismo
Anderson Bueno

Cenografia
Renato Theobaldo

Diretor cênico assistente
Caetano Pimentel

Regente assistente do Coro Lírico
Sérgio Wernec

Assistente de Regência da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Gabriel Rhein-Schirato

Os ingressos variam de R$ 50 a R$ 120 na bilheteria ou pelo site eventim.com.br.

Capacidade: 1.500 lugares

Duração: aproximadamente 3h20 com 1 intervalo

Theatro Municipal de São Paulo
Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/n – República
Telefone: 3053-2090
Horário de funcionamento da bilheteria: de segunda a sábado, das 10h às 19h e domingo, das 10h às 17h.
*Nos dias de espetáculo a bilheteria funciona das 9h até o início do evento.

Elenco

Tamino
Luciano Botelho
Giovanni Tristacci

Pamina
Gabriella Pace

Papageno
Michel de Souza

Rainha da Noite
Oriana Favaro
Laryssa Alvarazi

Sarastro
Savio Sperandio

Monostatos
Geilson Santos

Damas
Laura Duarte​

Keila de Moraes
Elaine Martorano

Papagena
Luisa Francesconi

Sacerdotes e Guardas
Eduardo Góes
Daniel Lee

Orador
Johnny França

Gênios
Karen Stephanie​
Priscila Aquino
Laiana Oliveira