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02 de agosto de 2018

GALA DO BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO: PANORAMA E MEMÓRIA

Além das coreografias das companhias, uma mesa-redonda será realizada com as presenças de Ana Botafogo, Cecília Kerche, Inês Bogéa e Ismael Ivo

A dança contemporânea e a clássica juntas no palco do Municipal! Esta é a proposta da Gala do Balé da Cidade de São Paulo: Panorama e Memória. Em apenas uma noite, o público poderá assistir a apresentações do Balé da Cidade de São Paulo, da São Paulo Companhia de Dança e do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O encontro imperdível acontece no dia 11 de agosto, às 20h. Os ingressos custam de R$ 12 a R$ 80.

O programa dá destaque para alguns dos grandes balés clássicos, além da apresentação de “Adastra”, uma das mais técnicas coreografias criadas especialmente para a companhia do Theatro Municipal de São Paulo. O Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a direção artística de Ana Botafogo e Cecília Kerche, apresentará trechos de uma das obras de dança mais vistas mundialmente: “O Lago dos Cisnes”, em uma versão coreográfica de Yelena Pankova para a criação original de Marius Petipa.

Com música de Tchaikovsky, a obra foi concebida em 1875, na Rússia, e se tornou referência para todas as grandes companhias. Na história, a princesa Odette é transformada em um cisne pelo feiticeiro Rothbart e só retornará à forma humana, definitivamente, quando encontrar um amor puro e verdadeiro. Nesta apresentação, a companhia interpretará um pas de trois (trio) do 1° ato, quando os amigos do príncipe Siegfried se apresentam nos jardins do castelo real. Os interpretes serão os bailarinos Juliana Valadão, Fernanda Martiny e Alef Albert.

O grupo ainda dançará um pas de deux (dueto de Juliana Valadão e Alef Albert) com a trilha de uma das mais belas melodias da ópera “Orfeu e Eurídice” e o “Gopak”, solo do balé “Taras Bulba”.  Estes movimentos são inspirados no gopak, uma dança popular da Ucrânia com muitos saltos e acrobacias que será executada pelo bailarino Cícero Gomes.

A São Paulo Companhia de Dança, dirigida por Inês Bogéa, apresentará, com 25 bailarinos, o 2º ato de “O Lago dos Cisnes”.  Nesta parte da obra, o príncipe Siegfried e a princesa Odette se encontram na floresta. Até o amanhecer, ela é uma jovem delicada, que o príncipe ama e protege. E, durante o dia, a princesa se transforma na rainha dos cisnes.

Para celebrar a dança contemporânea, o Balé da Cidade de São Paulo interpretará “Adastra”, do catalão Cayetano Soto. A obra testa o esforço físico dos bailarinos ao limite, para retratar a luta pessoal de cada um na busca de um sonho impossível.

 

Mesa-redonda 

Além das apresentações no Theatro Municipal, será realizada antes, às 16h, na Sala do Conservatório, no 1º andar da Praça das Artes, no centro de São Paulo, uma mesa-redonda para compartilhar a memória e discutir as perspectivas da dança, com as presenças dos quatro diretores artísticos das companhias: Ana Botafogo e Cecília Kerche, do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro; Inês Bogéa, da São Paulo Companhia de Dança; e Ismael Ivo, do Balé da Cidade de São Paulo.  O encontro será mediado por uma das maiores interlocutoras na área da dança, a pesquisadora Cássia Navas. O bate-papo será aberto ao público com a distribuição de 100 senhas,  sendo 1 por pessoa, com uma hora de antecedência, na bilheteria da Praça das Artes.

“A classe tem poucas oportunidades de trocar informações e desenvolver ideias que beneficiem o setor. Sair do isolamento é importante para criar perspectivas artísticas que possam abrir portas, colaborações no futuro em nível nacional e atingir uma maior visibilidade”, explica Ivo.

De acordo com Cássia Navas, a discussão irá girar em torno dos desafios específicos de cada grupo, levando em consideração seu histórico e momento atual. “Os diretores se debruçarão sobre o ‘coração da matéria’ de suas companhias, abordando questões em três tempos: (Ontem): ‘Breve trajetória’, (Hoje): ‘Estado da arte do grupo’ e (Futuro): ‘Quais os próximos desafios’”, explica.

Serviço:

Sábado, 11 de agosto, às 20h

GALA DO BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO: PANORAMA E MEMÓRIA

Duração aproximada: 96 minutos

Classificação Indicativa: Livre

Theatro Municipal de São Paulo, sala de espetáculos

Ingressos: R$ 80,00 / R$ 40,00 / R$ 12,00

 

BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO
BALLET DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA
 

Programa:

O Lago dos Cisnes (pas de trois do 1º ato)
BALLET DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
Coreografia: Yelena Pankova
Música: Piotr Ilich Tchaikovsky
Bailarinos: Juliana Valadão, Fernanda Martiny e Alef Albert

O Lago dos Cisnes (ato 2)
SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA
Coreografia: Mario Galizzi
Música: Pyotr Ilyich Tchaikovsky
Bailarinos: Ammanda Rosa, Ana Paula Camargo, Ana Roberta Teixeira, André Grippi, Artemis Bastos, Beatriz Hack, Bruno Veloso, Carolina Pegurelli, Hiago Castro, Ísis Soares, Joca Antunes, Larissa Guerra, Laura Barbosa, Letícia Forattini, Luciana Davi, Luiza Yuk,  Michelle Molina, Nielson Souza, Otávio Portela, Paula Alves, Poliana Souza, Renata Peraso, Thamiris Prata, Vinícius Vieira e Yoshi Suzuki

Melodia de Gluck (pas de deux)
BALLET DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
Coreografia: Assaf Messerer
Música: Christoph Gluck
Bailarinos: Juliana Valadão e Alef Albert

Gopak (solo)
BALLET DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
Coreografia: Ygor Mosseyev
Música: Vassily Soloviev
Bailarino: Cícero Gomes

Adastra
BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO
Coreografia: Cayetano Soto
Música: Ezio Bosso
Bailarinos: Ana Beatriz Nunes, Camila Ribeiro, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Marina Giunti, Renata Bardazzi, Renée Weinstrof, Victoria Oggiam, Cleber Fantinatti, Igor Vieira, Leonardo Hoehne Polato, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Marcel Anselmé, Victor Hugo Vila Nova e Yasser Díaz

 

MESA-REDONDA: PANORAMA E MEMÓRIA DA DANÇA: TRÊS COMPANHIAS

Sábado, 11 de agosto

Horário: das 16h às 18h

Sala do Conservatório, Praça das Artes
190 senhas distribuídas, sendo 1 por pessoa, com uma hora de antecedência na bilheteria da Praça das Artes

Mediação e pesquisa: Cássia Navas (Instituto de Artes, Unicamp)

Introdução: Cássia Navas

Ana Botafogo e Cecília Kerche, do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Inês Bogéa, da São Paulo Companhia de Dança

Ismael Ivo, do Balé da Cidade de São Paulo

Questões, respostas, debates e encerramento

 

Mais informações:

BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO

Direção artística: Ismael Ivo

O Balé da Cidade de São Paulo foi criado em 7 de Fevereiro de 1968, com o nome de Corpo de Baile Municipal. Inicialmente com a proposta de acompanhar as óperas do Theatro Municipal e se apresentar com obras do repertório clássico, teve Johnny Franklin como seu primeiro diretor artístico.

Em 1974, sob a direção Antonio Carlos Cardoso, a companhia assumiu o perfil de dança contemporânea, que mantém até hoje. Em todos esses anos, o repertório se definiu com um celeiro de novos vocábulos de dança, inovação de movimento e criação de novas expressões artísticas. Abrigou um corpo de solistas qualificados que com coreógrafos de alta qualidade marcaram uma época. Suas criações se destacam como inéditas e foram apresentadas com grande sucesso na plataforma nacional e internacional.

A bem-sucedida carreira internacional da companhia teve início com a participação na Bienal de Dança de Lyon, França, em 1996. Desde então, suas turnês europeias têm sido aclamadas tanto pela crítica especializada quanto pelo público de todos os grandes teatros onde se apresenta.

A longevidade do Balé da Cidade de São Paulo, o rigor e padrão técnico do elenco e equipe artística atraem os mais importantes coreógrafos brasileiros e internacionais, interessados em criar obras para seus bailarinos e artistas. Atualmente, a companhia tem como diretor artístico o bailarino e coreógrafo Ismael Ivo, que também é fundador, diretor e conselheiro do Festival ImPulsTanz, de Viena.

BALLET DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

Direção artística: Ana Botafogo e Cecília Kerche

A história do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro começa em 1927, quando a bailarina Maria Olenewa funda a primeira escola de dança do Brasil, sediada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Olenewa era integrante da companhia de dança de Leonide Massine, que dançou no Brasil em 1921. Ela lecionou na Escola de Danças do Teatro Colón de Buenos Aires e, depois, fixou residência no Rio de Janeiro. Animada com as aulas particulares de balé que ministrava na cidade, tomou a corajosa iniciativa de inaugurar uma escola de dança no Brasil, dando início à formação de bailarinos para integrar um futuro corpo de baile.

Inicialmente, corpo de baile e escola de dança se fundiam numa única estrutura na apresentação de espetáculos, até que, em 1936, foi oficialmente criado o Corpo de Baile com a separação definitiva entre escola e companhia profissional. Em 1937, estreou a Primeira Temporada Nacional de Bailados sob a direção de Olenewa.

A partir de então, o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje composto de 100 bailarinos dedicados em tempo integral ao seu trabalho, vem cultivando, ao longo de sua existência, a tradição na excelência de seu variado e eclético repertório, composto de obras clássicas, neoclássicas, modernas e contemporâneas.

Balé de coreógrafos de prestígio foram remontados: “L’Après-Midi d’un Faune” e “A Sagração da Primavera”, de Nijinski; “Les Noces”, de Nijinska, “Romeu e Julieta”, “A Megera Domada” e “Onegin”, de John Cranko, “Carmen” e “L’Arlésienne”, de Roland Petit, e muitas outras criações, além clássicos de repertório, entre eles “A Bela Adormecida”,  “O Quebra-Nozes”, “Giselle”, “Dom Quixote”,  “Coppélia” e “O Lago dos Cisnes”, montado pela primeira vez no Ocidente por Eugenia Feodorova para a companhia. Coreógrafos brasileiros também tiveram trabalhos encenados pelo grupo, como Dalal Achcar, Regina Miranda, Deborah Colker, Ivonice Satie, Henrique Rodovalho, Fabio de Mello, entre outros.

Grandes diretores e coreógrafos de prestígio, nomes nacionais e internacionais da Dança contribuíram para o sucesso e o engrandecimento da companhia, entre eles Vaslav Velchek, Igor Schwezoff, William Dollar, George Skibine, Tatiana Leskova, Eugenia Feodorova, Dalal Achcar, Natalia Makarova, Norman Thonson, Oscar Araiz, George Garcia, Peter Wright, Uwe Scholz, Jean-Yves Lormeau, Gustavo Mollajoli, Richard Cragun, Márcia Haydée, Vicente Nebrada, Luis Arrieta, Enrique Martinez, Yelena Pankova, David Parsons, Mauricio Wainrot, assim como professores e remontadores: David Allen, Gilbert Mayer, Jacques Namont, Jaroslav Slavick, Nanon Thibon, Elizabeth Platel, Aldo Lotufo, Ivone Meyer, Consuelo Rios, Eric Valdo, Ileana Lastres, Alphonse Poulin, Emílio Martins, Miriam Guimarães, Olivier Pardina, Piotr Nardelli, Yelê Bittencourt, para citar alguns. Atualmente, a direção artística do BTM está a cargo de suas Primeiras Bailarinas: Ana Botafogo e Cecília Kerche.

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA

Direção artística: Inês Bogéa 

Criada em janeiro de 2008 pelo Governo do Estado de São Paulo, a São Paulo Companhia de Dança, gerida pela Associação Pró-Dança, é dirigida por Inês Bogéa. A SPCD é uma companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística, que incluem desde trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI de grandes peças clássicas e modernas até obras contemporâneas especialmente criadas por coreógrafos nacionais e internacionais. A difusão da dança, produção e circulação de espetáculos é o núcleo principal de seu trabalho. A Companhia apresenta espetáculos de dança no Estado de São Paulo, no Brasil e no exterior e é hoje considerada pela crítica especializada uma das mais importantes companhias de dança da América Latina. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 600 mil pessoas em 17 diferentes países, passando por mais de 125 cidades, em mais de 580 apresentações. Em dez anos de existência, a Companhia já acumulou 17 prêmios, nacionais e internacionais.

Os Programas Educativos e de Formação de Plateia para a Dança são outra vertente de ação da SPCD. Segundo Bogea, “a cada cidade por onde nos apresentamos, encontramos pessoas que apreciam e praticam a arte da dança. Na Palestra de Dança temos a oportunidade de diálogo sobre os bastidores dessa arte; na Oficina de Dança, ocorre um encontro para vivenciar o cotidiano dos bailarinos da SPCD”. Essas são algumas das ações da Companhia, que também faz apresentações gratuitas para estudantes e público da Terceira Idade. A SPCD também promove espaços onde interessados na arte da dança possam compartilhar experiências. Assim criou o Seminário Internacional de Dança, que visa abordar a prática da dança em diferentes perspectivas e o Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança, evento que proporciona um ambiente de arte, permitindo um estudo teórico-prático de técnicas de dança.

A dança tem muitas histórias e, para revelar um pouco delas a Companhia criou a série de documentários “Figuras da Dança”, que traz essa arte contada por quem a viveu. O programa pode ser visto nos canais Arte 1 e Canal Curta!,TV Cultura e Univesp. A SPCD também publicou seis livros de ensaios, além de documentários para educadores e outros que registram os bastidores da sua ação.

CÁSSIA NAVAS

Professora-doutora do Instituto de Artes (IA)/Universidade Estadual de Campinas, é graduada em direito (USP), doutora em dança e semiótica (PUC/SP), pós-doutora em artes (ECA/USP), especialista em gestão e políticas culturais (UNESCO, Université de Dijon, Ministère de la Culture/France). Tem experiência na área de dança, em semiótica e artes, atuando principalmente dentro dos seguintes temas: dança, dança moderna, dança contemporânea, dança no Brasil, documentação/memória e políticas e gestão em cultura. Membro do Conselho do Departamento de Artes Corporais (IA/Unicamp), foi membro da Comissão de Graduação do Curso de Dança. Compõe a Sub-Comissão de Pós-Artes/Instituto de Artes/UNICAMP e a Sub-Comissão do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena.

É coordenadora de Extensão e Atividades Comunitárias do IA/Unicamp. Coordena o GEPETO – Grupo de Pesquisa Topologias do espetáculo – arte e identidades contemporâneas (CNPq) e o GT-Grupo de Pesquisa em Dança no Brasil da ABRACE/Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas, compondo a sua diretoria, ao participar do Conselho Editorial.

Foi conselheira titular das artes da cena (2009-2010) na Comissão Nacional de Incentivo Cultural (CNIC), do Ministério da Cultura do Brasil, e membro do Colegiado Nacional de Dança, Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC), segmento Formação.

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