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23 de abril de 2018

La Traviata, de Giuseppe Verdi, abre a temporada lírica 2018 do Theatro Municipal de São Paulo

Ópera com direção musical de Roberto Minczuk, concepção e direção cênica de Jorge Takla estreia em 12 de maio

Uma das óperas mais populares do repertório lírico mundial, La Traviata, com música de Giuseppe Verdi e libreto de Francesco Maria Piave, estreia no Theatro Municipal de São Paulo no dia 12 de maio, às 20h. Ambientada em Paris, no século XIX, a obra, baseada em A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, segue em cartaz até o dia 23, sempre às 20h, com exceção da récita de domingo, 13, às 18h.

“É uma ópera que nos dá enorme satisfação montar porque o público vivencia uma descoberta. As pessoas vão perceber que já conheciam as árias de filmes como “Uma linda mulher” e “Priscila, Rainha do Deserto”, mas não sabiam. Por ser uma ópera com música familiar, nosso desafio foi encená-la com alguns recursos novos. Entre eles, destaco a Cisne Negro Companhia de Dança, que apresentará coreografia concebida por Dany Bittencourt. Estas novidades vão tornar a experiência do público ainda mais prazerosa”, pontua o Secretário Municipal de Cultura, André Sturm.

Na obra, a cortesã Violetta Valéry e o nobre Alfredo Germont se apaixonam em uma festa, mas se veem aprisionados aos preconceitos e às tradições de uma sociedade conservadora e são obrigados a tomar decisões que alteram suas vidas de forma irreparável. No papel de Violetta, estão as sopranos Nadine Koutcher e Jaquelina Livieri, e como Alfredo, os tenores Fernando Portari e Georgy Vasiliev.

Com concepção e direção cênica de Jorge Takla, a produção tem direção musical e regência do maestro titular Roberto Minczuk à frente da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. O Coro Lírico Municipal de São Paulo fica sob comando de Mário Zaccaro. Convidada para a montagem, a Cisne Negro Cia. de Dança participa com duas coreografias assinadas por sua diretora artística, Dany Bittencourt. A produção tem cenografia de Nicolás Boni, desenho de luz de Fabio Retti e figurino de Cássio Brasil. A obra possui uma das melodias mais conhecidas do universo operístico: “Brindisi”, já interpretada por grandes tenores como Luciano Pavarotti.

La Traviata é um dos títulos mais conhecidos de todos os tempos. Tem uma orquestração leve e singela – mas com momentos apoteóticos – que se alinha perfeitamente com os textos das árias e dos conjuntos”, revela Minczuk. “É interessante da primeira à última nota. Não tem um momento monótono. Tem muita alegria e muita tristeza. É uma ópera completa.”

Takla, que já dirigiu La Traviata no Theatro Municipal em 1996 com a Orquestra Experimental de Repertório, diz que é sempre um desafio montar uma ópera tão conhecida e tão querida pelo público, mas sabe que está trabalhando com excelentes profissionais. “Tudo é de primeiríssima qualidade. São os corpos artísticos do Theatro Municipal reunidos para contar uma história que trata de temas universais: empoderamento feminino, liberdade sexual das mulheres e o preconceito que existe com mulheres fortes e livres, que podem abalar uma estrutura familiar pré-estabelecida”, explica o diretor.

A ópera La Traviata é uma produção original da Fundação Clóvis Salgado, estreada no Palácio das Artes, Belo Horizonte, em 20 de abril de 2018.

Mais óperas – Quase um mês depois, em 15 de junho, às 20h, ocorre a estreia da ópera O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss, encenada pela primeira vez no Theatro Municipal. A direção cênica é de Pablo Maritano e o elenco inclui a soprano Carla Filipic Holm como Marechala; o baixo Dirk Aleschus como o Barão Ochs; e a mezzo-soprano Luisa Francesconi no papel do jovem Octavian.

No segundo semestre, a temporada lírica retorna em outubro, no dia 12, com a obra-prima lírica de Claude Debussy, Pelléas et Mélisande. A ópera será uma remontagem de 2012, dirigida por Iacov Hillel, e marca o centenário de morte do compositor. Encerrando a temporada de óperas, o Theatro Municipal monta Turandot, de Giacomo Puccini, de 16 a 25 de novembro. A obra será dirigida por André Heller-Lopes e contará com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Coro Lírico e Coral Paulistano, com os maestros Roberto Minczuk, Mário Zaccaro e a maestrina Naomi Munakata nos comandos, respectivamente.

Serviço

La Traviata, de Giuseppe Verdi

Jorge Takla – Concepção e Direção Cênica

Roberto Minczuk – Direção Musical e Regência OSM

Mário Zaccaro – Regência Coro Lírico

Orquestra Sinfônica Municipal

Coro Lírico Municipal de São Paulo

Cenografia – Nicolás Boni

Desenho de luz – Fabio Retti

Figurino – Cássio Brasil

Solistas

Alfredo – Fernando Portari/Georgy Vasiliev

Violetta – Nadine Koutcher/Jaquelina Livieri

Giorgio Germont – Paulo Szot/Leonardo Neiva

Gastone – Miguel Geraldi (Coro Lírico)

Barão Douphol e cover de Giorgio Germont – Daniel Lee (Coro lírico)

Marques d’Obigny – Leonardo Pace (Coro Lírico)

Dr. Grenvil – Rogerio Nunes (Coro Lírico)

Flora Bervoix – Juliana Taino

Annina – Thayana Roverso

Data: Sábado, 12/5, 20h. Domingo, 13/5, 18h. Segunda-feira, 14/5, quarta-feira 16/5, quinta-feira, 17/5, sexta-feira, 18/5, segunda-feira, 21/5, e quarta-feira, 23/5, 20h.

Local: Theatro Municipal de São Paulo – Sala de Espetáculos

Ingressos:

 

Setor 1 R$ 150 (inteira)

Setor 2 R$ 110 (inteira)

Setor 3 R$ 40 (inteira)

 

Duração: aproximadamente 2h30 com 1 intervalo de 20 minutos

Classificação indicativa: 10 anos

 

Vendas na bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo ou pelo site www.theatromunicipal.org.br.

Horário da bilheteria: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, sábados e domingos, das 10h às 17h. Nos espetáculos à noite, a bilheteria permanece aberta até o início do evento; em dias de espetáculos pela manhã, o espaço abre ao público duas horas antes do início da apresentação. Apenas venda e retirada de ingressos para os eventos do Theatro Municipal de São Paulo.

Jorge Takla

Formado na École Nationale des Beaux-Arts e no Conservatoire d´Art Dramatique, em Paris, atuou e dirigiu no Teatro LaMama, em New York, de 1974 a 1976. No Brasil, dirigiu e produziu mais de 100 espetáculos de teatro, teatro musical, óperas e balé, como My Fair Lady, West Side Story, La Traviata, La Bohème, As Bodas de Fígaro e H.U.L.D.A, para os 40 anos da Cisne Negro Cia. de Dança. Foi diretor da Divisão de Teatro da CIE-Brasil entre 2002 e 2004, onde coordenou as produções de A Bela e a Fera, Chicago, A Flor de Meu Bem Querer, Suburbano Coração, Marília Canta Ary e outras. Foi também administrador e diretor artístico do Teatro Procópio Ferreira, de 1983 a 1992. É Grande Oficial da Ordem do Ipiranga e detentor do título de Cidadão Paulistano.

Roberto Minczuk

Fez sua estreia internacional à frente da Filarmônica de Nova York, na qual foi maestro associado, sendo o primeiro a ocupar esse cargo após Leonard Bernstein. Depois disso, regeu mais de 100 orquestras internacionais. Foi diretor artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, diretor artístico adjunto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e maestro titular da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, sendo o primeiro artista a receber o Prêmio ConcertArte, de Ribeirão Preto. Venceu o Grammy Latino e foi indicado ao Grammy Americano com o álbum Jobim Sinfônico. Atualmente, é maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e maestro emérito da Orquestra Sinfônica Brasileira, da qual foi regente titular de 2005 a 2015, e maestro emérito da Orquestra Filarmônica de Calgary, no Canadá.

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

No começo do século XX, as companhias líricas internacionais que se apresentavam no Theatro Municipal traziam da Europa seus instrumentistas e coros completos, pela falta de um grupo orquestral em São Paulo especializado em ópera. A partir da década de 1920, uma orquestra profissional foi criada e passou a realizar apresentações esporádicas, tornando-se regular em 1939, sob o nome de Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. Uma década mais tarde, o conjunto passou a se chamar Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e foi oficializado em lei de 28 de dezembro de 1949, que vigora ainda hoje. A história da Sinfônica Municipal se confunde com a da música orquestral em São Paulo, com participações memoráveis em eventos como a primeira Temporada Lírica Autônoma de São Paulo, com a soprano Bidú Sayão; a inauguração do Estádio do Pacaembu, em 1940; a reabertura do Theatro Municipal, em 1955, com a estreia da ópera Pedro Malazarte, regida pelo compositor Camargo Guarnieri; e a apresentação nos Jogos Pan-Americanos de 1963, em São Paulo.

Estiveram à frente da orquestra os maestros Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Guarnieri, Lion Kasniefski, Souza Lima, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi e John Neschling.

Roberto Minczuk é o atual regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo – OSM.

Mário Zaccaro

Estudou regência com Eleazar de Carvalho e Robert Shaw, e orquestração com Cyro Pereira e Luis Arruda Paes. Foi diretor artístico da Orquestra Jazz Sinfônica e regente assistente do maestro Isaac Karabtchevsky na Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. De 1994 a 2013, foi regente do Coro Lírico Municipal de São Paulo, reassumindo a função em 2017. Procura sempre introduzir inovações nas técnicas de preparação musical do corpo artístico. Maestro, compositor, arranjador e pianista, Zaccaro foi também professor de Teoria, Harmonia e Percepção Musical na Escola Municipal de Música de São Paulo.

Coro Lírico

Formado por cantores que se apresentam regularmente como solistas nos principais teatros do país, o Coro Lírico Municipal de São Paulo atua nas montagens de óperas das temporadas do Theatro Municipal, em concertos com a Orquestra Sinfônica Municipal, com o Balé da Cidade e em apresentações próprias. O Coro Lírico foi criado em 1939 e teve como primeiro diretor o maestro Fidélio Finzi, que preparou o grupo para a estreia em Turandot, em 13 de junho de 1939. Em 1947, Sisto Mechetti assumiu o posto de maestro titular e somente em 1951 o coro foi oficializado, sendo dirigido posteriormente por Tullio Serafin, Olivero De Fabritis, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi, Francisco Mignone, Heitor Villa-Lobos, Roberto Schnorrenberg, Marcello Mechetti, Fábio Mechetti e Bruno Greco Facio.

Atualmente regido por Mário Zaccaro, o Coro Lírico Municipal de São Paulo recebeu os prêmios de Melhor Conjunto Coral de 1996, pela APCA, e o prêmio Carlos Gomes 1997 na categoria Ópera.

Nadine Koutcher, Violetta Valéry

Nadine Koutcher nasceu em Minsk, na Bielorrússia, e estudou no Conservatório de São Petersburgo com Tamara Novichenko. Em 2012, ela se juntou à companhia da Ópera Estatal de Perm, na Rússia. Seu repertório inclui Donna Anna (Don Giovanni), Konstanze (O Rapto do Serralho), Elvira (I Puritani), Marfa (A Noiva do Czar), Eudoxie (La Juive) e o papel-título em Lucia di Lammermoor. Ela também se apresentou em concerto nos programas: As Paixões, de Bach, a Nona Sinfonia, de Beethoven, o Requiem, de Brahms, e também o Requiem, de Fauré. Além disso, interpretou os papéis de Violetta (La Traviata) no Teatro Mikhailovsky, em São Petersburgo, e Dona Isabel na produção de Peter Sellars para The Indian Queen, no Teatro Real, em Madri, com a regência de Teodor Currentzis.

Jaquelina Livieri, Violetta Valéry

Estudou no Instituto Superior de Artes do Teatro Colón, de Buenos Aires, onde hoje faz aperfeiçoamento operístico. O papel da protagonista Violetta Valéry, de La Traviata, a acompanha desde 2016, quando o interpretou no Theatro Municipal de Santiago, no Chile, com direção de Konstantin Chudovsky. Em 2017, com o mesmo papel, subiu ao palco do Teatro Colón, com a direção de Evelino Pido, e, em março de 2018, no Teatro del Bicentenario, no México, com direção musical de Ramón Shade. Além de cantar com maestros de todo o mundo, foi convidada para cantar com José Carreras na sua turnê A Life in Music e também com o barítono uruguaio Erwin Schrott no concerto de abertura do 64º Festival de Ljubljana, na Eslovênia, em 2016.

Georgy Vasiliev, Alfredo Germont

O tenor Georgy Vasiliev é solista do Teatro de Ópera Kolobov Novaya, de Moscou, onde fez sua estreia no papel de Ismaele, na ópera Nabucco, em 2010. Em temporadas recentes, estreou no Deutsche Oper Berlin, na Alemanha, interpretando Edgardo em Lucia di Lammermoor. Com o mesmo papel, fez sua estreia norte-americana no palco da Ópera de Palm Beach e na Ópera de Baltimore fez Rodolfo em La Bohéme. Ainda se destacou como Vaudémont, em Yolanda, de Tchaikovsky; Alfredo, em La Traviata; Vladimir, em Princípe Igor; Duque de Mântua, em Rigoletto, entre outros papéis. O artista também participou de festivais internacionais nas cidades de Moscou, Istambul e San Sebastián.

Fernando Portari, Alfredo Germont

Cantou em mais de 40 montagens entre óperas, concertos, musicais, novela, shows e espetáculos em teatros do Brasil e do mundo. Na temporada lírica e de concertos de 2017, esteve na abertura do Theatro Municipal de São Paulo cantando Lobgesang, de Mendelssohn, com regência de Roberto Minczuk; e na ópera Norma, de Bellini, na Fundação Clóvis Salgado, com regência do maestro Silvio Viegas. Realizou ainda os shows Un Amore Così Grande e Um Tributo a Tony Bennett. Este ano, prepara um novo show, onde interpretará grandes canções italianas; segue com o projeto Imagens Líricas, produzido pela ETE Produções Artísticas em parceria com o Sesc-SP (trabalho autoral que une cinema e canto) e também se dedica à direção de espetáculos e ao ensino do canto.

Paulo Szot, Giorgio Germont

Natural de Ribeirão Pires, foi a primeira voz masculi­na brasileira a cantar no Metropolitan Opera House, em Nova York, onde debutou em 2010 com O Nariz, de Shostakovich, regido por Valery Gergiev. Ainda no Met, cantou em Carmen, Manon, O Morcego, The Death of Klinghoffer e Madama Butterfly. Apresentou-se também na Ópera Garnier, em Paris; Scala de Milão, Bayerisch Staatsoper, na Alemanha; Dutch National Opera, na Holanda; Ópera de Roma, Barbican, em Londres; Li­ceu, em Barcelona; Teatro Real, em Madri; além de Aix-en-Provence, Austrália, Oman e Bahrein. Cantou muitas vezes no Carnegie Hall e na Filarmônica de Nova York. Vencedor do Tony Award de Melhor Ator em 2008 pelo musical South Pacific, foi também indicado ao Laurence Oli­vier Award, em Londres, pelo mesmo trabalho.

Leonardo Neiva, Giorgio Germont

Conhecido por sua desenvoltura cê­nica e versatilidade vocal, revelou-se aos 23 anos ao interpretar Figaro,  em O Barbeiro de Sevilha, e em 2009 rece­beu o Prêmio Carlos Gomes como Melhor Cantor. Apresentou-se sem­pre com sucesso em papéis como Ford (Falstaff, de Verdi), Kurwenal (Tristão e Isolda, de Wagner), Germont (La Traviata, de Verdi) e outros. No exterior, estreou no Teatro Municipal de Santiago como Zurga (Pescadores de Pérolas, de Bizet), apresentou-se no Teatro Nacional de São Carlo, em Lisboa; no Théâtre du Capitole, em Toulouse, na França; além de países como Itália, Espanha, Portugal, Colômbia e Estados Unidos.