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12 de dezembro de 2018

Balé da Cidade de São Paulo retorna com espetáculo inspirado na obra de Caetano Veloso no Municipal

Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano é uma dos grandes sucessos da Temporada 2018 e já foi visto por mais de 11 mil pessoas

Um dos maiores sucessos da Temporada 2018 do Theatro Municipal de São Paulo, Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano, retorna em dezembro para mais uma temporada. A estreia acontece no dia 19, às 20h. As apresentações seguem nos dias 20 e 21, em dois horários: 16h e 20h.  Em março, mais de 11 mil pessoas estiveram presentes nas nove apresentações da companhia.

A produção é inspirada na obra de um artista único e de inestimável valor intelectual e poético, Caetano Veloso. “A nossa percepção de vida não seria a mesma sem a ‘perspectiva Veloso’. Ela toca nossos corações e move o nosso corpo. Suas músicas nos ensinam uma forma renovada de ver e sentir. A obra poética de Caetano Veloso nunca foi tão atual e nos inspira e ajuda a buscar respostas nos olhos da vida”, comenta o diretor artístico do Balé da Cidade, Ismael Ivo.

O Balé da Cidade comemorou 50 anos este ano e teve o maior presente de todos: o prestígio do público. O municipal sempre estava lotado a cada novo programa. Para além das portas do prédio histórico, a companhia também realizou apresentações gratuitas no Auditório Ibirapuera durante o Abril para Dança e levou o espetáculo Illuminations ao Instituto Tomie Ohtake, Biblioteca Mario de Andrade e Teatro Municipal Arthur de Azevedo. O grupo também se juntou a São Paulo Companhia de Dança e ao Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro durante o Gala do Balé da Cidade de São Paulo: Panorama e Memória que aconteceu em agosto e promoveu a dança contemporânea e a clássica em um mesmo evento no palco do Municipal.

 

Um Jeito de Corpo

O espetáculo Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano é assinado pela coreógrafa Morena Nascimento, com direção musical do músico e historiador Cacá Machado, figurinos de Isadora Gallas, cenografia de Marcel Kaskeline, iluminação de Aline Santini, Visagismo de Luiz Parisi, dramaturgia de Vadim Nikitin e consultoria de José Miguel Wisnik.

A produção não é autobiográfica, nem uma tentativa de retratar um momento histórico da vida do Caetano. “Não estamos presos a nenhum pressuposto ou recorte histórico de sua carreira. Buscamos nas músicas de Caetano o que nos afeta e se relaciona com o momento que estamos vivendo. Criamos um grande ritual, incorporando e assimilando a poética de Caetano, transformando-a em nossa fala no corpo, do nosso jeito. As coreografias são o resultado desse exercício de devorar e ser o que se devora” afirma Morena Nascimento.

Para Um Jeito de Corpo, a coreógrafa manteve o seu método de criação híbrido e se deixou guiar por sua inspiração nas músicas, no gestual do artista brasileiro e no elenco do Balé da Cidade de São Paulo, no qual ficou impressionada pelo vigor e entrega dos bailarinos.

A coreógrafa também se debruçou sobre as referências que estão em torno da arte e da vida do artista, passando pela dança de Maria Esther Stockler, os filmes de José Agripino, Frederico Felini, Almodóvar, Maria Betânia, Astor Piazzola, temas como funk, grandes metrópoles, negritude, sexo e gênero, exílio, tropicália. Além disso, também foi guiada por suas próprias relações afetivas com a Bahia, lugar onde freqüentou intensamente desde sua infância por ter um pai baiano.

A produção também se volta à cidade de Santo Amaro, na Bahia, terra natal de Caetano e referencia traços do cotidiano do artista que tanto o influenciaram antes dele se tornar famoso, como o rádio e as idas ao cinema.

Para a trilha, algumas composições do artista foram sampleadas com o objetivo de criar novas peças musicais. “Com a mesma liberdade que o artista criou, por exemplo, em seu disco experimental Araçá Azul, invadi suas canções cortando, recortando, alterando andamentos, picths, criando reversos, adicionando efeitos, incluindo samplers de outros artistas e gravações originais compostas por mim”, diz Cacá Machado responsável pela direção musical.

A cenografia é assinada por Marcel Kaskeline. No palco, ele  explora o ponto de vista sobre a transformação. No cenário, uma casa dará a impressão que está se deteriorando. “Este espaço que uma vez deu proteção torna-se uma ruína. Mas, ao mesmo tempo, o lugar não se torna mais bonito? Não existe mais poesia nesta imagem ambivalente?”, indaga.

O figurino de Isadora Gallas é inspirado nas composições, nas metrópoles. As tonalidades neon vão fazer uma referência ao axé, os tons mais lavados referenciam as cores das casas do recôncavo baiano, onde está a cidade de Santo Amaro. “Tem transparência para que as cores se transformem em outras, seguindo a intensidade da luz no palco. Além disso, a modelagem foi pensada no projeto do cenário que usa vento. Por isso teremos roupas amplas para que o vento desenhe os corpos”, explica.

Os ingressos para Um Jeito de Corpo – Balé Dança Caetano variam de R$ 12 a R$ 80 e estão disponíveis na bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo ou pelo site eventim.com.br.

 

Serviço: Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano

Quarta-feira, 19, às 20h
Quinta-feira, 20, às 16h e 20h
Sexta-feira, 21, às 16h e 20h

Balé da Cidade de São Paulo
Morena Nascimento – coreógrafa
Cacá Machado – direção musical
Vadim Nikitin – dramaturgia
Marcel Kaskeline – cenografia
Isadora Gallas – figurinos
Aline Santini – iluminação
Luiz Parisi – visagismo
José Miguel Wisnik – consultoria

Duração aproximada: 60 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
Ingressos: R$ 80,00 / R$ 40,00 / R$ 12,00 *
Local:  Theatro Municipal de São Paulo
Sala de espetáculos (1523 lugares)
Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/nº – São Paulo / SP

 

*Ingressos na bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo, na *bilheteria da Praça das Artes ou pelo site eventim.com.br.

Horário da Bilheteria do Theatro Municipal: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados e domingos, das 10h às 17h.

 

Balé da Cidade de São Paulo
Direção Artística: Ismael Ivo
Assistente de Direção: Fabio Mazzoni
Coordenação Artística: Fernando Machado
Assistentes de Coreografia: Carolina Franco, Roberta Botta
Gestor de Produção: Willian Alexandrino
Assistente de Produção: Paloma Neves
Coordenação Técnica: José Hilton Jr.
Iluminação: Sueli Matsuzaki
Sonoplastia: Leandro Lima
Coordenação de Figurino: Juliana Andrade

Bailarinos: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Antônio Adilson Jr., Ariany Dâmaso, Bruno Gregório, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Grecia Catarina, Harrison Gavlar, Igor Vieira, Isabela Maylart, Jessica Fadul, , Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Uátila Coutinho, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam, Yasser Díaz.

 

 

Mais informações:

BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO  – 50 anos – 1968-2018

216 Obras coreográficas no repertório

176 Criações originais para o BCSP40 Remontagens de obras criadas para outras companhias

27 Remontagens de obras do repertório do BCSP.

33 Criações originais e 03 remontagens da Cia 2.

27 Participações em óperas.

121 Obras criadas em mostras de coreografia.

07 Obras criadas em mostras e incorporadas ao repertório

58 Premiações

17 Países visitados em 22 anos de turnês internacionais

78 Cidades na Europa, Ásia, Oriente Médio, América do Sul e América do Norte

20 Bailarinos convidados

346 Bailarinos

 

Balé da Cidade de São Paulo

O Balé da Cidade de São Paulo foi criado em 7 de Fevereiro de 1968, com o nome de Corpo de Baile Municipal. Inicialmente com a proposta de acompanhar as óperas do Theatro Municipal e se apresentar com obras do repertório clássico, teve Johnny Franklin como seu primeiro diretor artístico. Em 1974, sob a direção Antonio Carlos Cardoso, a companhia assumiu o perfil de dança contemporânea, que mantém até hoje. Em todos esses anos, o repertório se definiu com um celeiro de novos vocábulos de dança, inovação de movimento e criação de novas expressões artísticas.

Abrigou um corpo de solistas qualificados que com coreógrafos de alta qualidade marcaram uma época. Suas criações se destacam como inéditas e foram apresentadas com grande sucesso na plataforma nacional e internacional. A bem-sucedida carreira internacional da companhia teve início com a participação na Bienal de Dança de Lyon, França, em 1996. Desde então suas turnês europeias têm sido aclamadas tanto pela crítica especializada quanto pelo público de todos os grandes teatros onde se apresenta.

A longevidade do Balé da Cidade de São Paulo, o rigor e padrão técnico do elenco e equipe artística, atraem os mais importantes coreógrafos brasileiros e internacionais, interessados em criar obras para seus bailarinos e artistas. Atualmente, a companhia tem como diretor artístico o bailarino e coreógrafo Ismael Ivo que também é fundador, diretor e conselheiro do Festival ImPulsTanz, de Viena.

Ismael Ivo

É bailarino e coreógrafo. Dirigiu por oito anos o setor Dança na Bienal de Veneza e foi diretor e chefe de coreografia no Theatro Nacional Alemão. Fundador, diretor e conselheiro artístico do Festival ImPulsTanz, de Viena. Diretor e criador do projeto Biblioteca do Corpo. Atuou também como professor convidado da Max Reinhardt Seminar, na Universidade de Música e Artes Performáticas de Viena, e como Diretor Artístico do Prêmio Roma de Coreografia Contemporânea. No Brasil, é diretor artístico do Balé da Cidade de São Paulo e também exerce a função de Curador Artístico do Projeto Qualificação em Dança, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.