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16 de July de 2019

Theatro Municipal anuncia ópera inédita no Brasil vencedora do Pulitzer e abre as portas para o cinema, teatro e premiações no segundo semestre

Foto: Sylvia Masini

Além disso, entre os principais destaques, o Coro Lírico Municipal completa 80 anos com uma programação especial; Miguel Falabella irá dirigir A Viúva Alegre; Balé da Cidade lança livro e documentário sobre os 50 anos da companhia.

O Theatro Municipal de São Paulo anuncia para o segundo semestre deste ano mais duas montagens de ópera: Prism e A Viúva Alegre. Celebra os 80 anos do Coro Lírico, apresenta mais concertos, dança, teatro e abre as portas para premiações importantes e para os festivais. Até dezembro de 2019, a tradicional e mais importante casa de natureza lírica do Brasil vai levar sua arte para além das paredes centenárias com apresentações dos seus corpos artísticos por São Paulo com o objetivo de conquistar novos públicos por meio de uma programação cada vez mais diversa e democrática. Um Municipal histórico, inquieto e atual que dialoga com o clássico e o contemporâneo sob a direção artística de Hugo Possolo.

Já em agosto, um dos seis corpos artísticos do Theatro, o Coro Lírico, celebra seus 80 anos com uma programação especial.  Nos dias 23 e 24, às 20h, e no dia 25, às 18h, o grupo juntamente com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo executa grandes peças corais de óperas. A regência é do maestro titular do Coro Mário Zaccaro e a direção cênica será de Nelson Baskerville, vencedor dos prêmios APCA e Shell.

Dentre as peças programadas para este espetáculo estão trechos para coral de grandes  óperas como Turandot, Thais, Lady Macbeth, Cavalleria Rusticana, La Traviatta, Nabucco, entre outros.

Temporada Lírica

Prism

Como a principal casa de óperas do Brasil, mais montagens líricas não poderiam faltar. Após os clássicos O Barbeiro de Sevilha e Rigoletto, o Municipal realiza, em setembro, a ópera contemporânea Prism, de Ellen Reid, com estreia no dia 4.  Vencedora do prêmio Pulitzer de música em 2019 a obra traz a tona a agonia e o terror psicológico que aflige uma vítima de abuso sexual.

No enredo a jovem Bibi vive com sua mãe super protetora e amorosa Lumme. A garota de aparência frágil que necessita da ajuda até mesmo para comer parece ter contraído uma doença que a deixou incapaz de andar. No entanto o que se descobre aos poucos é que na verdade Bibi luta contra um trauma de abuso sexual e o público vai se sensibilizando com a agonia, a desorganização da vida pessoal da personagem e o sentimento de repugnância pela violação.

“A minha busca era por óperas consagradas ou novas que abordassem temáticas contemporâneas. A questão do abuso e do feminicídio que estão infelizmente presentes na atualidade são colocadas nesta produção e reconhecidas por um prêmio de tamanha importância. Ao saber disso, quis trazer para que as pessoas possam refletir sobre essas questões porque a arte vai além do entretenimento, ela sensibiliza, questiona, reflete questões da sociedade em que está inserida”, explica Hugo Possolo.

A produção contemporânea realiza o seu “debut” no Brasil no Municipal após estrear em Los Angeles, em novembro de 2018, no Off Grand, iniciativa da LA Opera que leva produções líricas e concertos para diversos locais espalhados pela cidade da Califórnia. Prism será executada no Theatro com grande parte da equipe da montagem original, sendo a direção de James Darrah, cenografia de Adam Rigg, figurinos de Molley Irelan, desenho de luz de Pablo Santiago e de som de Garth MacAleavey. A soprano Anna Schubert e a mezzo-soprano Rebecca Jo Loeb continuarão como as intérpretes das únicas personagens da trama, Bibi e Lumee, respectivamente. A compositora Ellen Reid, de 36 anos, vencedora do prêmio pulitzer de música em 2019 por Prism, sua primeira ópera, e a libretista Roxie Perxins também estarão no país acompanhando a encenação.

As cantoras terão o acompanhamento da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, sob a regência do seu maestro titular Roberto Minczuk, e do Coral Paulistano, sob a preparação da maestrina Naomi Munakata.

As récitas ocorrem nos dias 04, 05, 07, 08, 10, 11, 13 e 14, sendo de terça a sábado às 20h e no domingo às 18h. Os ingressos variam de R$ 20 a R$ 120.

A Viúva Alegre

Um Municipal mais aberto e para todos são pilares da nova gestão capitaneada por Hugo Possolo. Levando em consideração essas questões, A Viúva Alegre foi o título escolhido para encerrar a multifacetada temporada lírica 2019. Desta vez a direção será de Miguel Falabella, artista de renome, eclético em suas facetas como ator, diretor, dramaturgo, cineasta, dublador e uma das personalidades brasileiras mais conhecidas do teatro e da televisão. “A visão do Falabella em imprimir novos públicos ao Municipal tem muita sincronia com o nosso pensamento de trazer uma obra de alcance popular. A nossa perspectiva é que o nome ‘Falabella’ gere um interesse naqueles que não conhecem o Theatro em frequentar a casa. Sem contar que A Viúva Alegre é uma história que tem uma música de alta qualidade, muito divertida, por ter uma boa tradução será realizada em português e isso já possibilita um diálogo maior”, ressalta Hugo Possolo.

Temporada Sinfônica

A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (OSM) executa grandes obras de agosto a dezembro de 2019.

Já no próximo dia 10, um dos grandes sucessos de público do Municipal, o Tributo a John Williams ocorre às 20h. No programa, trilhas dos filmes ET, Jurassic Park, Harry Potter, Indiana Jones, a Lista de Schindler, Super-Homem, Tubarão, entre outros.

O maestro Alessandro Sangiorgi também realiza o primeiro concerto já como o novo regente assistente da OSM nos dias 17 e 18, às 17h. Catalina Cuervo é a soprano convidada. O repertório traz obras de prestigiados compositores espanhóis como Nicolai Rimsky-Korsakov e  Manuel de Falla. O programa faz parte da Jornada do Patrimônio organizada pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo para estimular a população a reconhecer os patrimônios históricos e culturais paulistanos.

Mais para o fim do ano, novembro e dezembro, a OSM apresenta O Anel sem Palavras de Richard Wagner. Em 1987 o maestro Lorin Maazel selecionou os melhores trechos da ópera O Anel de Nibelungo, transformando 17 horas da obra de Richard Wagner em cerca de 70 minutos.

Em dezembro, a Missa Solemnis, de Ludwig van Beethoven, com a participação do Coro Lírico, sob a preparação do maestro Mário Zaccaro, e os solistas Carla Filipcic Holm (soprano), Luisa Francesconi (mezzo soprano), Aníbal Mancini (tenor) e Michel de Souza (Baixo) é um dos destaques. O programa acontece nos dias 13 e 15. Apesar de não ter a mesma popularidade da sinfonia n° 5 e da nona, a obra é sublime e aborda as alegrias e o sofrimento da humanidade na busca pela redenção.

O grupo ainda executa o programa O Messias Cante Junto, oratório de Georg Friedrich Händel, que acabou se tornando a sua obra prima no dia 14 de dezembro.  O coro do Aleluia é um dos trechos mais conhecidos. Durante a apresentação a plateia se coloca em pé e canta as partes do coro da composição junto com os coralistas e a orquestra.

Concertos natalinos

Com a temática natalina, o Municipal terá uma série de apresentações. O Coral Paulistano abre essas celebrações no dia 3, com um concerto no Salão Nobre para a execução de peças conhecidas do grande público como O Primeiro Natal, Noite Azul e Noite Feliz. O Paulistano também apresenta Gloria, de Antonio Vivaldi, no Mosteiro de São Bento – esta apresentação é gratuita e ocorre no domingo (8/12), às 15h. Um concerto natalino do Coro Lírico com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo encerra a programação 2019 do Theatro Municipal de São Paulo no dia 22 de dezembro.

De dentro pra fora e de fora pra dentro

Neste segundo semestre, o prédio histórico abre suas portas para o cinema. Pela primeira vez, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro será realizado no Theatro Municipal de São Paulo no dia 14 de agosto.

Enquanto o Municipal está aberto às novas linguagens: teatro, circo, cinema, os corpos artísticos do Theatro estão ocupando novos espaços. Após apresentações dos grupos no Pateo do Collegio, na Sala São Paulo, Auditório Ibirapuera, no Mosteiro de São Bento, Festival de Campos do Jordão, o movimento de ocupar São Paulo continua forte no segundo semestre.

Ao encerrar a temporada da ópera Rigoletto em julho, a OSM já viaja para Ilhabela para se apresentar no Festival Vermelhos 2019 – Música e Artes Cênicas.  Sob regência do maestro Roberto Minczuk, os músicos, junto à pianista brasileira Cristina Ortiz, interpretam Concerto nº2, Op. 18, de Rachmaninov e Sinfonia nº7, de Beethoven, no dia 3 de agosto. A apresentação tem início às 20h30 no Teatro de Vermelhos.

O Balé da Cidade de São Paulo também terá uma agenda extensa de programações em outubro nos teatros públicos e o Paulistano segue com concertos no Mosteiro de São Bento.

Festivais

Mais que dança, o Theatro realiza em setembro e outubro o Festival ETÉ, um manifesto e uma investigação em relação ao corpo. Abrindo a programação, o Balé da Cidade de São Paulo após quatro apresentações de sucesso num dos festivais mais importantes de dança do mundo, o ImPulsTanz,  retoma com um Jeito de Corpo, espetáculo em homenagem ao Caetano Veloso, idealizado pelo diretor artístico da companhia Ismael Ivo e coreografado por Morena Nascimento. A produção dialoga com a linha curatorial do festival na medida em que representa o corpo brasileiro, com a sua sensualidade e criatividade.  A companhia lança ainda este ano um livro e um documentário, produzido pela Pródigo Filmes, para consolidar as comemorações de 50 anos.

Ainda para o ETÉ, está confirmada a participação do Balé Nacional da Coreia, entre outras atrações que serão anunciadas em breve.

Praça das Artes

Na Praça das Artes, espaço pertencente ao complexo Theatro Municipal de São Paulo, a programação continua com os concertos do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e do Coral Paulistano na Sala do Conservatório. Os ingressos custam sempre R$ 20.

Já no dia 15 de agosto, às 20h o Coral Paulistano executa o programa  Compositores Alemães, com obras de Franz Schubert, Johannes Brahms e Robert Schumann. Na regência está a maestrina titular Naomi Munakata.

O Quarteto de Cordas, formado pelos músicos Nelson Rios e Betina Stegmann (violinos), Marcelo Jaffé (viola) e Rafael Cesário (violoncelo) apresenta uma série de concertos com peças de Händel, Johannes Brahms, Robert Schumann, Debussy e Ravel. Para esses programas, o grupo recebe os músicos convidados, o cravista Fernando Cordella, Fernando Avila (acordeon),  Tiago Hessel (contrabaixo), o pianista Fábio Martino.

O destaque acontece em novembro, no dia 7/11, com Tributo a Dorival. Em homenagem ao cantor, compositor e violonista brasileiro Dorival Caymmi, o Quarteto se une a André Mehmari (piano), Tutty Moreno (percussão) e  Rodolfo Stroeter (contrabaixo) para interpretar músicas de grande prestígio como Dora, Milagre, Samba da Minha Terra, entre outras.

Séries especiais

As séries especiais Happy Hour, Quartas Musicais, Teatro no Municipal e Novos Modernistas continuam no segundo semestre.

Em sua Temporada de 2019, o Municipal está aberto à novas linguagens artísticas. Toda última segunda-feira do mês tem peças de teatro, é o novo projeto Teatro no Municipal. Os ingressos custam sempre R$ 5. Os próximos ocorrem nos dias 26/08, 30/09, 28/10, 25/11 e 16/12.

O projeto Novo Modernistas, que inicia as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna, traz espetáculos que se destacam pela diversidade, pelo cruzamento de linguagens artísticas e pela união das diferenças. Os ingressos custam sempre R$ 10. As edições no segundo semestre acontecem nos dias 09 de agosto e 06 de setembro.

Happy Hour (segundas às 18h) e Quartas Musicais (quartas às 18h) são séries de formação de plateia e promoção de atividades artísticas e pedagógicas com apresentações de grupos da Escola de Música do Theatro Municipal de São Paulo, Escola de Dança do Theatro Municipal de São Paulo e da Orquestra Experimental de Repertório.  A programação é sempre gratuita e os ingressos devem ser retirados 1 hora antes na bilheteria do Theatro Municipal.

A série Meu Primeiro Municipal foi criada para aproximar crianças e adolescentes à música erudita e a dança. Os espetáculos acontecem 1 vez por mês no sábado ao meio-dia.