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28 de septiembre de 2021

Coral Paulistano celebra 85 anos com repertório experimental contemporâneo

Concerto reúne obras novas, incluindo três estreias, de compositores brasileiros que já escreveram para o grupo, como Aylton Escobar, e de jovens autores como Guilherme de Almeida, Juliana Ripke e Marcelo Santos; espetáculos acontecem nos dias 1 e 2 de outubro e contam com projeções de vídeos cenários e participações de integrantes do Balé da Cidade e percussionistas da Orquestra Sinfônica Municipal. Foto: Rafael Salvador. 

 

No próximo fim de semana, o Coral Paulistano faz mais um concerto para comemorar o seu aniversário de 85 anos, completados em 2021, em continuidade ao programa realizado no início do ano e que abriu a temporada do grupo artístico. Diferentemente do espetáculo apresentado em fevereiro, o concerto aborda a relação entre passado, presente e futuro, enfatizando o caminho que o Coral Paulistano irá trilhar de agora em diante. Serão duas apresentações: na sexta-feira (1), às 19h, e no sábado (2), mais cedo, às 17h. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 30 e estão à venda exclusivamente no site (clique aqui).

Novamente sob a batuta de Maíra Ferreira, agora regente titular do Coral Paulistano após sua nomeação ao cargo ser oficializada em junho, o grupo vai interpretar um repertório atual que traz uma música experimental de sonoridade contemporânea. Algumas serão apresentadas ao público pela primeira vez. Das nove obras do programa, três são estreias mundiais. Um espetáculo “para apreciar a bela música e ao mesmo tempo propor reflexões e a busca por essa música nova”, destaca Maíra.

Entre as encomendadas do Coral a compositores brasileiros especialmente para a ocasião estão: Impressão do segundo, de Juliana Ripke (1988), Canções da Quarentena: Insônia de Marcelo Santos (1976), que também integra o Coral Paulistano e a música Encomenda, do aclamado compositor paulistano Aylton Escobar (1943), autor de outra peça, Balada – Para 12 Cantores, esta última baseada em poema escrito em 1951 pela poeta paulista Hilda Hilst (1930-2004).

A obra de Juliana Ripke é a que abre o programa, e foi composta a partir de texto de Mário de Andrade carregando um subtítulo que também serve de mote para o concerto: Sobre as diferentes percepções da felicidade e do tempo. O repertório também traz a autorreflexão e auto percepção do jovem compositor Guilherme de Almeida (1994), que atualmente estuda no Conservatório de Paris e escreveu Máquina Humana.

O programa fica completo com outras quatro peças internacionais tidas como referência no repertório coral do século 20: Sous Bois, obra para coro a quatro vozes e piano da compositora francesa Lili Boulanger (1893-1918),Alleluiado canadense Raymond Murray Schafer (1933-2021), escrita em homenagem à amiga compositora Susan Fryckberg e que nos arremessa para a introspecção, Claviante Brilioso, do sueco Thomas Jennefelt (1954), música que cria um idioma próprio, suprimindo a conexão texto-música, e Cloudburst, do compositor estadunidense Eric Whitacre (1970) e que encerra o programa. Eric compôs inspirado na experiência de presenciar uma tempestade torrencial com adaptação do poema El cántaro roto (O cântaro quebrado, 1955), do mexicano Octávio Paz (1914-1998).

Com formação reduzida em cumprimento aos protocolos sanitários do Theatro Municipal, o Coral Paulistano estará com 30 coralistas no palco, todos utilizando máscara de proteção. O espetáculo tem direção de Otavio Juliano e contará com projeção de vídeos cenários assinados por Luciana Ferraz. Com coreografia de Lili de Grammont, cinco integrantes do Balé da Cidade de São Paulo se juntam ao Coral Paulistano em algumas músicas do concerto, que também terá participação de percussionistas da Orquestra Sinfônica Municipal.

As apresentações presenciais no Complexo Theatro Municipal de São Paulo, abertas ao público, estão sendo realizadas com capacidade reduzida de até 30% da casa como medida a garantir a segurança das pessoas e o distanciamento entre os assentos. O Theatro Municipal de São Paulo é um equipamento da Secretaria Municipal de Cultura administrado pela organização social Sustenidos por meio de contrato de gestão firmado com a Fundação Theatro Municipal.