Theatro Municipal
09/02/2020 • 12h
Theatro Municipal de São Paulo – Sala de Espetáculos
ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO TOCA CAMARGO GUARNIERI
Guilherme Rocha, regente
Leonardo Hilsdorf, piano
Programa
M. CAMARGO GUARNIERI
Abertura Festiva
Choro para Piano e Orquestra
Sinfonia Nº 2, Uirapuru
(Créditos: Editora da Osesp)
Duração aproximada: 50 minutos
Indicação etária: Livre
Ingressos: R$ 20 / R$ 15 / R$ 10
Programação sujeita a alteração.
Nota de Programa
Completando 30 anos em março, a Orquestra Experimental de Repertório (OER) abre suas atividades em 2020 festejando a obra de um criador fundamental da música brasileira. Em um país que, no século XIX, só tinha ouvidos para a ópera, as grandes formas instrumentais vieram a ser cultivadas com afinco apenas no século seguinte. Paulista de sangue italiano, Camargo Guarnieri (1907-1993) chegou a dizer que “a forma é minha alucinação”, tamanho o apuro que dedicava ao aspecto formal de suas obras, vazadas em um nacionalismo militante, moldado nos ensinamentos de Mário de Andrade e transmitido aos diversos discípulos que com ele estudaram. Essa aliança entre cuidado formal e preocupação nacional faz-se presente na série dos Choros, nome que ele deu a várias peças que, na verdade, são concertos para instrumento solista e orquestra. Dedicado ao pianista Arnaldo Estrella, e recebedora do primeiro prêmio do Festival Latino-Americano de Caracas, em 1956, o Choro para Piano e Orquestra alude não apenas ao gênero musical urbano que lhe dá nome, como também à melancolia do interior paulista e à extroversão do frevo pernambucano. A colorida e brilhante Abertura Festiva, que abre o programa, foi escrita em 1971, para o concerto inaugural da temporada da extinta Orquestra Filarmônica de São Paulo, do maestro Simon Blech. Já a Sinfonia Nº 2 (1945) foi laureada com o segundo lugar no Concurso Internacional Sinfonia das Américas, em Detroit (EUA), em 1948. É dedicada a Villa-Lobos, e tem o subtítulo de Uirapuru – um dos bailados mais célebres do autor das Bachianas Brasileiras. Vigorosa e refinada, após os EUA, a sinfonia conquistou também a Europa, regida por Eleazar de Carvalho, em Paris, em 1953 – um êxito que consolidou Guarnieri como um dos principais sinfonistas brasileiros de todos os tempos.
Irineu Franco Perpetuo