Ópera | Les Indes Galantes, de Jean-Philippe Rameau

Theatro Municipal

26/11/2025 • 20h27/11/2025 • 20h29/11/2025 • 17h30/11/2025 • 17h02/12/2025 • 20h03/12/2025 • 20h04/12/2025 • 20h

[ Theatro Municipal – Sala de Espetáculos ]

A temporada de óperas termina com um título pouco encenado no Brasil, a despeito de sua relevância. Les Indes Galantes, de Jean-Philippe Rameau, é uma obra-prima do Iluminismo e será levada ao palco em parceria com o Instituto Francês, celebrando o Ano França-Brasil.
Denominada opéra-ballet, um gênero tipicamente francês do século XVIII, Les Indes Galantes é essencialmente um espetáculo de dança com elementos cantados. Segunda obra teatral de Rameau e sua primeira ópera-balé, ela é também um retrato de como o europeu do setecentos via outros povos. O libreto é de Louis Fuzelier, escritor de comédias e autor conhecido à época.
A obra consiste numa sequência de quatro dramas líricos independentes ligados por um tema exposto no Prólogo: o amor une diferentes culturas. Cada um dos dramas, ou atos, é ambientado num lugar “exótico”: a Turquia, o Peru, a Pérsia e a América do Norte dão origem, respectivamente, a O Turco Generoso, Os Incas do Peru, As Flores da Pérsia e Os Selvagens da América do Norte.
Em vez de deuses e feiticeiros, personagens habituais no Barroco, temos aqui pessoas “comuns” que se apaixonam. Para essas histórias, Rameau compôs uma música vibrante, de grande variedade melódica e rítmica, bem como grande inventividade harmônica. O Turco Generoso, por exemplo, contém uma cena de tempestade descritiva. Já o Festival do Sol dos incas é retratado por meio de uma música cheia de coros, sinfonias e árias. Os Selvagens, por sua vez, é ambientado em uma floresta norte-americana com personagens nativos.
Les Indes Galantes continha apenas as duas primeiras entradas e o Prólogo em sua estreia, em 23 de agosto de 1735, na Ópera de Paris. Ainda que a crítica tenha se dividido, a obra fez tanto sucesso que em 40 anos seria apresentada mais de 300 vezes em Paris sob diferentes formas.
Recentemente, Les Indes Galantes recebeu uma montagem surpreendente na mesma Ópera de Paris. Ela teve direção musical do maestro argentino Leonardo García Alarcón, também cravista e especializado no período Barroco, que fundou em 2005 o conjunto Cappella Mediterrânea. Já a direção cênica e coreografia foram de Bintou Dembélé, dançarino e coreógrafo pioneiro do hip-hop na França e que, desde 2002, dirige sua própria companhia de dança, Rualité. Juntos, eles uniram a dança urbana contemporânea à música sedutora de Rameau. Essa insólita parceria, aclamada internacionalmente, será recriada no palco do Municipal.