A apresentação do dia 27.04, às 20h, na Praça das Artes, faz parte de série
que conta cinco séculos de história ao longo de 2017
Percorrer 500 anos de história em oito apresentações. Esse é o novo desafio
que o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo se propõe com a série
“História do Quarteto de Cordas”, iniciada no dia 30 de março. Depois de
visitar o período renascentista e o alto barroco que abrangem o século XVII,
os músicos irão apresentar na quinta-feira (27.04), na Sala Mário de Andrade
na Praça das Artes, às 20h, um programa inspirado no período clássico,
iniciado no século VXIII. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10
(meia-entrada). Antes, na quarta (26.04), às 18h, o grupo faz um ensaio
aberto, gratuito.
“Cada apresentação é um capítulo, como numa novela musical. O público vai
começar a entender como se desenvolveu a música dentro da cultura ocidental
e por que a formação de quarteto fez tanto sucesso entre os compositores
clássicos”, define o violista Marcelo Jaffé, que compõe o grupo ao lado dos
violinistas Betina Stegmann e Nelson Rios e o violoncelista Alberto Kanji.
O quarteto de cordas é considerado uma invenção do período clássico. Um dos
precursores, o italiano Giovanni Battista Sammartini (1700 –1775), será
homenageado com a peça “Sinfonia Em Sol Maior”. Já o violoncelista italiano
Luigi Boccherini (1743 – 1805) foi um dos mais prolíficos compositores do
século XVIII, deixando um legado de aproximadamente 100 peças para quartetos
de cordas. Do seu vasto repertório foi escolhida para apresentação a obra
“Quartettino Op. 33, nº 6”. A invenção do quarteto de cordas é atribuída ao
austríaco Joseph Haydn (1732-1809), que também ajudou a formatar as
sinfonias. Ele está representado no programa com “Op. 33 nº 5”, que encerra
a noite.
“Haydn é o considerado o pai da formação de um quarteto de cordas, não por
ter escrito o primeiro, mas por ser responsável por definir a sonoridade que
conhecemos até hoje”, define Jaffé.
O austríaco também tem lugar de destaque na trajetória do Quarteto de Cordas
da Cidade de São Paulo. Criado em 1935 por Mário de Andrade, então chefe do
Departamento de Cultura do município, o grupo era conhecido como Quarteto
Haydn. A partir de 1944, o grupo passa a se chamar Quarteto de Cordas
Municipal, chegando à sua forma definitiva em 1981. O nome pode ter mudado
ao longo desses 82 anos, mas a proposta continua a mesma: difundir a música
de câmara na cidade.
“Mário de Andrade definia o Quarteto de Cordas como ‘uma conversa de alto
nível’. De fato, se você reparar, temos as vozes graves do violoncelo, com
as finas do violino. A música é um diálogo. Nós queremos estender esse bate
papo ao público. Sem o público, é como se falássemos para as paredes”,
brinca Marcelo Jaffé.
As apresentações da série “História do Quarteto de Cordas” serão realizadas
sempre nas últimas quintas-feiras do mês, às 20h, na sala Mário de Andrade.