tão carne quanto pedra, de Michelle Moura
Michelle Moura, concepção e coreografia
Clarissa Rêgo, assistente de coreografia
Maikon K, pesquisa dramatúrgica
Kaj Duncan David e Rodrigo Lemos, trilha sonora
Reptilia por Heloisa Strobel, figurino
Aline Santini, desenho de luz
Camila Schmidt, cenografia
Stephanie Fretin, assistente de cenografia
Elenco: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Carolina Martinelli, Cleia Santos, Erika Ishimaru, Fabio Pinheiro, Grécia Catarina, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Renée Weinstrof e Uátila Coutinho
Em suas obras, Michelle Moura provoca uma sensação que oscila entre o cômico e o inquietante. Pensando a matéria do corpo humano e de outros corpos não humanos, a partir de uma escala mínima de movimento e de sua possibilidade de amplificação, ções banais e comuns, por vezes inconscientes, são o sumo que a coreógrafa vasculha até o limite. Ao fazer isso, evidencia algumas questões: o que no corpo é natural ou construído?
Manipulamos ou somos manipulados pelos sentidos? O que posso me tornar ao reagir de outras formas? Em suas pesquisas, movimentos se cruzam e descruzam, palavras explicam e confundem, expressões faciais tentam evocar emoções e múltiplas vozes ecoam de uma única fonte – corpos. Bailarina e coreógrafa brasileira radicada em Berlim, Michelle Moura em seus trabalhos dos últimos 12 anos tem explorado mudanças psicofísicas propondo experiências particulares para o corpo, como: não piscar (BLINK), falar sem mover a boca (Overtongue), hiperventilar (FOLE). Em Overtongue (2021) e Lessons for Cadavers (2023), ela se debruçou sobre a artificialidade e a dissociação de elementos, manipulando movimento, expressão, som e linguagem. Seu trabalho foi apresentado em espaços e festivais de dança como Tanz im August (Alemanha), Sophiensaele (Alemanha), Bienal de Veneza (Itália), Panorama (Brasil), entre outros. Michelle Moura começou sua formação em dança na Universidade Estadual do Paraná (Unespar), continuou no CNDC d’Angers (França) e Das Choreography (Holanda). Juntamente com sete artistas curitibanos, foi cofundadora e membro da Minicomunidade Artística Mundial Couve-Flor (2005-2012). Seu solo Overtongue foi uma das 13 produções convidadas para o Tanzplattform Deutschland 2022.
Intervalo (20’)
BOCA ABISSAL, de Rafaela Sahyoun
Rafaela Sahyoun, concepção e coreografia
Inês Galrão, assistente de coreografia
Daniela Moraes e Gustavo Cabral, design de movimento
Judita Tripar, estágio em pesquisa continuada e composição coreográfica
Yantó, trilha sonora
Karina Mondini – Tela Studio SP, figurino
Aline Santini, desenho de luz
Camila Schmidt, cenografia
Stephanie Fretin, assistente de cenografia
Elenco: Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Fabiana Ikehara, Gutielle Ribeiro, Harry Gavlar, Isabela Maylart, Jéssica Fadul, Leonardo Muniz, Luiz Oliveira, Marcel Anselmé, Marcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Odu Ofá, Rebeca Ferreira, Safira Sacramento, Silvia Sousa e Victor Hugo VillaNova.
A nova coreografia explorará um campo relacional sustentado nas potencialidades emergentes das relações estabelecidas entre os corpos com e no espaço. O que move a criação de um campo comum gestado pelas diferenças, em que cada interação e cada movimento surgem a partir das oportunidades oferecidas por essas relações. A coreografia busca explorar como os sentidos operam de forma constante, transformando questões abstratas em experiências sensoriais tangíveis. A composição é concebida para que a plateia não apenas observe, mas para que todos os sentidos sejam envolvidos na experiência. A “afetabilidade” é entendida, por Rafaela, como um campo cognitivo-relacional, em que os afetos e as interações entre os corpos configuram sistemas complexos de emoção e percepção. A criação parte do potencial inerente dos corpos do elenco e da descoberta de novas possibilidades a partir desses potenciais. Artista da dança e das matérias do corpo, a paulistana Rafaela Sahyoun se aprofunda no fazer coreográfico, na educação e na pesquisa continuada, atuando como bailarina colaboradora em contextos nacionais e internacionais. Formada pela SEAD – Salzburg Experimental Academy of Dance (Áustria, 2013) e pelo Trinity Laban Centre for Movement and Dance (Reino Unido, 2009), desenvolveu práticas pedagógicas com impacto internacional na formação de novos artistas. Rafaela colabora com instituições como a PERA School of Performing Arts (Chipre do Norte), EBB Elephant in the Black Box (França e Espanha) e o Programa de Pós-Graduação Corpo: Dança, Teatro e Performance do Célia Helena Centro de Artes e Educação (Brasil). Ela também foi curadora artísticopedagógica do Festival DansPunt (2025) e está em processo de criação para a Companhia de Dança EBB, com estreia prevista para 2025 em Madri, Espanha. Principais obras coreográficas: C R U S H (2024), Fôlego (2022), NINGUÉMMESOLTA [Don’t Lose Me] (2018), Yeah, I’ve Been Watching You Lately (2023), Something to Phase Us: Who Goes There (2022), Wheel of Radical Affection (2021) e VAWM (2020).