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Os quatro membros do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo sentados em círculo tocando seus respectivos instrumentos.

Concerto | As Musicotecas do Mário

Sinopse:

Data:  quinta-feira 06/03/25   Hora:   20h
20h
quinta-feira 06/03/25
Espaço

Classificação
livre para todos os públicos

Duração aproximada
60 minutos

Ingressos
R$35,00 (inteira)

Programação sujeita a alteração

 

Clique na imagem acima
e acesse o programa de sala

QUARTETO DE CORDAS DA CIDADE DE SÃO PAULO

Betina Stegmann e Nelson Rios, violinos

Marcelo Jaffé, viola

Rafael Cesario, violoncelo

Programa

GABRIEL MIGLIORI

Impressões Brasileiras

I. Tamba Tajá

II. Saci

III. Cantiga

IV. Boi Bumbá

 

HELZA CAMÊU

Quarteto em Si maior (Suite Op. 9)

I. Ponteio

II. Toada

III. Dansa 

 

SILVIO MOTTO

Quarteto em Ré

I. Presto

II. Adágio

III. Moderato

IV. Vivace

* Repertório com curadoria de Maria Elisa “Milly” Pasqualini

 

Compostas em 1936, as peças deste programa são parte importante da história do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, inaugurando a vasta lista de obras escritas especialmente para o grupo e apontando para o que se consagraria como sua principal missão: fomentar e divulgar a produção brasileira para essa formação. Em 1935, Mário de Andrade assumiu a direção do então recém-criado Departamento de Cultura de São Paulo, fundando no mesmo ano o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo. Em 1936, ele promoveu um concurso para selecionar novas obras a serem tocadas pelo grupo, indicando que deveriam “se inspirar nos caráteres, tendências e processos rítmico-melódicos da música nacional brasileira… sem que sejam utilizados temas colhidos diretamente de folclore musical brasileiro”. Pelas regras do edital, as partituras seriam de propriedade do Departamento de Cultura, permanecendo preservados os direitos dos autores. Um júri formado pelo próprio Mário de Andrade, pelos membros do Quarteto de então e pelo compositor e pianista João de Souza Lima (que, à época, também era um músico associado ao grupo, possibilitando variar as formações camerísticas) escolheu três peças vencedoras, que foram estreadas pelo Quarteto em 1937. Muitos anos depois, essas partituras foram localizadas pela arquivista do Theatro Municipal, cada uma em uma das musicotecas (bibliotecas de registros musicais, sejam sonoros ou em partituras) criadas por Mário de Andrade: a Discoteca Oneyda Alvarenga (atualmente localizada no Centro Cultural São Paulo), o arquivo do Quarteto da Cidade e a Musicoteca do Theatro Municipal de São Paulo.

Os compositores premiados foram o italiano naturalizado brasileiro Silvio Motto (1875-1940), que foi professor de Francisco Mignone e no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo; a carioca Helza Camêu (1903-1995), que estudou com Alberto Nepomuceno, Fernando Braga, Lorenzo Fernandez e Heitor Villa-Lobos, dedicando-se à composição, à docência e à musicologia, com enfoque na música indígena; e o paulistano Gabriel Migliori (1909-1975), que foi pianista, regente, compositor e arranjador, premiado por suas trilhas para cinema e sendo o principal maestro e arranjador da Rádio Record de São Paulo por várias décadas. É relevante que haja uma mulher nesse grupo, considerando que, 90 anos depois, ainda se faz necessário o esforço de resgatar e valorizar a produção das compositoras, tão negligenciadas na história da música – algo que, hoje, está deliberadamente na pauta dos corpos artísticos do Theatro Municipal, honrando os ideais de equidade de oportunidades que já estavam presentes no projeto original de Mário de Andrade.

 

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