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03 de julio de 2020

Theatro Municipal de São Paulo exibe o concerto A Danação de Fausto, de Berlioz

Espetáculo com Orquestra, solistas e Coro, apresentado em 2017, agora estará
disponível no YouTube do Theatro Municipal; este ano obra completa 175 anos

youtube.com/theatromunicipalsp

O Theatro Municipal de São Paulo, ligado à Secretaria Municipal de Cultura, dá continuidade à série Reserva Municipal, que resgata gravações de apresentações artísticas guardadas em seu acervo para disponibilizar no ambiente digital, com a íntegra de mais um espetáculo da história recente do complexo cultural. Nesta sexta-feira, 3 de julho, o YouTube do Theatro Municipal exibe o oratório A  Danação de Fausto, Op. 24, uma obra-prima do compositor francês Hector Berlioz. A transmissão começa às 20h, mas o conteúdo fica disponível para o espectador ver e rever quando quiser, de graça e sem necessidade de cadastro.

Apresentado em julho de 2017, no palco do Theatro Municipal e registrado pela TV Cultura, emissora parceira da instituição, o concerto com a Orquestra Sinfônica Municipal, sob regência de Roberto Minczuk, contou com as participações do Coro Lírico Municipal, preparado pelo seu maestro titular Mário Zaccaro e o Coro Infantil da Escola Municipal de Música de São Paulo, que esteve sob a batuta da maestrina Regina Kinjo. Destaque também para os quatro solistas: a mezzo-soprano Ana Lucia Benedetti, o tenor Paulo Mandarino, o baixo Saulo Javan e o barítono Leonardo Neiva.

Trata-se de uma obra vocal sinfônica que exige uma grande orquestra, quatro solistas e um coro numeroso, incluindo um coral infantil. São raras as suas apresentações. O compositor nunca foi adepto da ideia de encenação, e sim que ela fosse apresentada em forma de oratório.


A história

A história de Fausto foi escrita pelo poeta e dramaturgo alemão Johann Wolfgang Von Goethe e reelaborada em A Danação de Fausto por Hector Berlioz, que manteve alguns elementos da obra original, como a ligação amorosa com Margarida. Na versão de Berlioz, Fausto, insatisfeito com a vida na Alemanha, resolve se envenenar. Impedido por um cântico de Páscoa, é seduzido por Mefistófeles, que o faz promessas de responder a seus questionamentos e o coloca para dormir.

Ao adormecer, o protagonista sonha com aquela que será sua amada e, quando desperta, pede para levá-lo até ela. Ocorre então um dueto amoroso entre Margarida e Fausto, que é interrompido por Mefistófeles, quando ele avisa aos vizinhos e à mãe de Margarida que Fausto havia estado em casa com sua amada. A notícia separa Fausto de Margarida. Não satisfeito, Mefistófeles diz a Fausto que sua amada havia sido presa por envenenar a mãe, mas promete salvá-la, desde que ele entregasse sua alma. Ele concorda, mas percebe que isso não foi feito para o resgate de Margarida, e sim para sua ida ao inferno. Mefistófeles, então, celebra sua vitória – a danação de Fausto.

Em texto escrito pelo jornalista Irineu Franco Perpetuo, inicialmente Berlioz chamou de “ópera de concerto” para, mais tarde, rebatizar de “lenda dramática”. A partitura deveria ser um híbrito entre cantata, oratório e ópera, e não foi pensada para ser encenada. O próprio compositor chegou a planejar uma adaptação operística, trocando o título para Mefistófeles, em 1847, mas não a levou a cabo. Contudo, desde que Raoul Gunsbourg fez uma versão cênica para a Ópera de Monte Carlo, em 1893, têm convivido tanto apresentações de A Danação de Fausto em concerto, como realizações operísticas.

 

+ Municipal Online

Enquanto o Theatro Municipal de São Paulo segue fechado por determinação da prefeitura para evitar a propagação do novo coronavírus, o território digital é o novo palco. Tem performances de câmara, cursos livres, gravações solo em versões reduzidas para piano, vídeos completos de espetáculos e lives com profissionais do Theatro. Tudo isso com acesso gratuito e irrestrito nas páginas do Theatro Municipal no Instagram, Facebook ou YouTube.

E o novo episódio do Podcast Theatro Municipal já está no ar. Para falar de formação musical, a apresentadora Ligiana Costa conversou com a maestrina Érica Hindrikson, coordenadora da Escola Municipal de Música, a mezzo-soprano Joyce Tripiciano, do Coro Lírico e os músicos Renan Mendes (flauta) e Ugo Kageyama (violino), da Orquestra Sinfônica Municipal.